domingo, 10 de abril de 2011

Ecos

Às vezes tudo passa muito rápido
Normalmente quando se quer que demore
Às vezes tudo passa muito devagar
Fatalmente quando se quer que acelere

Não podemos controlar o tempo universal
Enxergamos e sentimos o tempo de forma diferente
Os desejos mudam, mudam-se e às vezes fogem
Os preconceitos surgem, não mudam e ficam

O pensar mudou. As pessoas nem tanto
Os olhos embaçaram, mas as lentes continuam limpas
Tudo é da natureza e para seus braços e colo retornam
Os homens, os bichos, os vidros, as construções

Ninguém é alguém e alguém tem ninguém
As horas controlam, assustam, estampam
Tortura do tique-taque

Mais surdos. Mais cegos
Mais livremente presos, sufocados pelo tempo
Mais sós, menos nós, mais eu

Um grito ecoa no vácuo, encontra muito obstáculo
Some lentamente junto ao mar de poeira na eternidade perdida
Aguardando ser escutado e respondido
E fazer parte da vida

Jonatas Pierre

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