sexta-feira, 22 de abril de 2011

Brincando de Brincar

Já houve tempo em que às casas não tinham muros.
Já houve tempo em que à rede social de relacionamento se chamava rua.
Não se tinha medo da chuva,
Nem se preocupavam se estava tudo combinando.
As brincadeiras eram simples
E os brinquedos eram feitos aos moldes da imaginação
A comunicação era no telefone sem fio
Ou nas latinhas com barbante
A bandeira roubada não ofendia
E sair queimado não era o fim, ainda restava uma chance.
Era possível ir do céu ao inferno em um pé só
E o macaco sempre dizia o mais imprevisto.
Uma ciranda constante, um pega daqui pega dali alucinante.
Até cair no poço e esperar por meu bem.
Corda não era obstáculo, bastava pular.
As gudes precisavam de um caminho exato para seu alvo acertar
E todos os dias se estreavam um novo toco.
Uma tesoura não cortava pedra, mas o papel cobria.
Sair do esconderijo e bater ‘to salvo’ era pura adrenalina,
Porém, na meia hora de açougue gelava-se até a espinha.
Passava-se o anel e às vezes não se vencia o cabe de guerra,
Mas a fogueira no final da noite
E as histórias do ‘e ai...’
Fechava com chave de outro mais um dia na vida de uma criança por ai.

Jonatas Pierre


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