quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Vire-se

O sol ainda brilha
Sei porque mesmo com nuvens cinzas
Ainda é claro durante o dia
Mas meu medo é de quando ficar apenas a escuridão

A terra é seca
Não tem mais cor e nem cheiro
Ainda lembro como era uma flor
Lembro dos brotos, das cores, da beleza...

Conto e ninguém acredita
Lembro das borboletas
De seus casulos e de seus voos
Lembro.

Não queria ter chegado até aqui, mas cheguei
Falo dos rios, falo do mar
Falo dos peixes, falo das músicas
Falo do pensar

Não queria tomar água em cápsulas
Nem usar aparelho para respirar

Queria andar pelos bosques da vida
Voltar no tempo ou nadar
Queria comer frutas colhidas
Olhar formigas ou ter livros para estudar

Mas o que eu quero mesmo
São os seres humanos de volta
E reensiná-los a amar e a cultivar
Pois hoje se tem apenas seres semi-vivos
Sem os sentidos e sem o pensar

Jonatas Pierre

2 comentários:

  1. Existe um abismo entre os escritos e os feitos do humano. Tantas teorias...
    Cultivar, amar com as entregas permissíveis. É dom!
    Simplicidade é o encanto das borboletas que estão aqui...sempre que abro os olhos.

    Belo texto!

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