quarta-feira, 25 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Contínuo
Todo dia acontece no mesmo horário.
Ela sabe que estou em casa.
Banho tomado e café na mesa.
Fala com gentileza que é impossível negar.
Usa o vestido lilás com verde
E uma grande bolsa para combinar.
Brincos grandes e unhas feitas.
Na mão uma maça, um jornal e dois livros.
Dali vai direto trabalhar.
Bate na porta com carinho e leveza
Um belo sorriso para acompanhar.
Solta claro e com voz doce e macia
Um agradável bom dia de arrepiar.
Um beijo no rosto e um abraço amigo
Inspiram o dia e ela sai a cantar.
Entra no elevador e me manda um sorriso
Respondo com outro até a porta fechar
Entro, tomo café e vou pro serviço.
Amanhã tudo isso se repetirá.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Há Quem
Há quem fala mentira
Há quem fala verdade
Há quem fala muito
Há quem nada fala.
Há quem fala sem falar
Há quem não fala e tudo diz
Há quem quer falar
Há quem fala que diz
Há quem diz não falar
Há quem fala feliz
Há quem fala o que não quer falar
Há quem não sabe o que diz
Há quem finge falar
Há quem fala e nada diz
Há quem fala quando não deve falar
Há quem não fala e é feliz
Jonatas Pierre
Há quem fala verdade
Há quem fala muito
Há quem nada fala.
Há quem fala sem falar
Há quem não fala e tudo diz
Há quem quer falar
Há quem fala que diz
Há quem diz não falar
Há quem fala feliz
Há quem fala o que não quer falar
Há quem não sabe o que diz
Há quem finge falar
Há quem fala e nada diz
Há quem fala quando não deve falar
Há quem não fala e é feliz
Jonatas Pierre
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Dia
E os olhos brilharam
O coração disparou
As mãos suaram
Quando ele passou
Há tempos o vê
Todo dia inventa um motivo para sentar ali
Ele passa e não a nota.
Ela suspira e faz charme, esperançosa.
Nunca beijou
Nunca amou
Agora se apaixonou
E não sabe o que fazer
As amigas estimulam
O medo e a vergonha inibem
A vontade gera calafrios
Seria esse o primeiro amor?
Jonatas Pierre
O coração disparou
As mãos suaram
Quando ele passou
Há tempos o vê
Todo dia inventa um motivo para sentar ali
Ele passa e não a nota.
Ela suspira e faz charme, esperançosa.
Nunca beijou
Nunca amou
Agora se apaixonou
E não sabe o que fazer
As amigas estimulam
O medo e a vergonha inibem
A vontade gera calafrios
Seria esse o primeiro amor?
Jonatas Pierre
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Assim
Levanta cedo, dobra a colcha.
Côa café, guarda a louça.
Acorda os filhos, tira o pijama.
Pega o leite, separa a broa.
Beijo o marido, arruma a gravata.
Separa os livros, abre a janela.
Coloca os copos na mesa, liga o som.
Pega as cartas no correio, da comida pro cachorro.
Cumprimenta o vizinho, pega a roupa no varal.
Senta na cadeira, faz a reza.
Toma café, beija os meninos.
Entrega a chave para o marido, acena para o motorista.
Dobra as roupas, fecha a cortina.
Desliga o som, tira o vestido.
Solta o cabelo, guarda os óculos.
Deita na cama, fecha os olhos e dorme.
Jonatas Pierre
Côa café, guarda a louça.
Acorda os filhos, tira o pijama.
Pega o leite, separa a broa.
Beijo o marido, arruma a gravata.
Separa os livros, abre a janela.
Coloca os copos na mesa, liga o som.
Pega as cartas no correio, da comida pro cachorro.
Cumprimenta o vizinho, pega a roupa no varal.
Senta na cadeira, faz a reza.
Toma café, beija os meninos.
Entrega a chave para o marido, acena para o motorista.
Dobra as roupas, fecha a cortina.
Desliga o som, tira o vestido.
Solta o cabelo, guarda os óculos.
Deita na cama, fecha os olhos e dorme.
Jonatas Pierre
terça-feira, 17 de maio de 2011
Pó é Tá
Ontem conheci um poeta
Um grande poeta se conhece pelos olhos
As palavras que se abraçam e juntas caminham
São lembranças e contos que a todos fascinam.
Sem regra, sem métrica,
Sem ensaio, mas com direção.
Frases fortes e compridas
Em uma bela afinação e sintonia.
E o simples envolve a noite
O som doce acompanha com bela harmonia
Passam-se horas, esvaziam-se taças.
Os poemas se completam e nunca terminam.
Alguns choram
Outros sorriem
Poucos piscam
E o poeta deixa marcas
Pra não serem esquecidas.
Jonatas Pierre
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Folha
Era pesada a folha
Mas ela precisava carregar.
O inverno está próximo e os trabalhos não podem parar.
A fila segue a trilha invisível marcada
Cada uma carrega sua cota pra mais tarde não faltar.
Obstáculos não faltam e muitas podem nunca mais voltar.
São encontros e desencontros,
Tantos riscos que nem é possível citar
Com união e cooperação abastecem o ninho
Noite e dia trabalhando para depois descansar.
A cada nova viagem um grande desafio
O foco da bravura somente no objetivo.
Seguem sobrevivendo pelos cantos escondidas,
Sempre correndo todas atrás de comida
Para toda a sociedade alimentar.
domingo, 15 de maio de 2011
Motiva-Ação
Um aluno desmotivado, já em seu primeiro obstáculo, de fato, se entregará.
Um aluno desmotivado, diz que não conseguirá mesmo antes de tentar.
Um aluno desmotivado... Olhos perdidos no espaço, sem sentido... Sem direção, perguntando-se por dentro: Até onde vai essa lição?
Sem alegria, sem entusiasmo, sem objetivo lançado,
Indo e vindo das classes, mas, contudo obrigado,
Um sonho exterminado, pela fome ou pelo estado,
Em condições inimaginárias, um barco desancorado,
Nas ruas, em casa, em cima do telhado,
No piscar dos olhos... No ar respirado, mais um sonho que se vai
Pelo vento levado.
No coração uma estrela, na alma uma certeza.
Existe um herói, existe um alguém.
Um espelho reflexível no calabouço que se tem
Na manhã cedo que canta o galo
No uniforme sujo e remendado
O pó do giz flutuando em um raio
Uma escola à frente, uma Igreja presente.
Pessoas que nem perguntam se sente.
No fundo das salas, no canto de lá,
Um olhar desatento, um obstáculo pra cá,
Viu-me? Como? Pra que? Por quê?
Um desafio lançado... Será que estou sendo afrontado?
Ou será um incentivo... Acho que serei envergonhado!
De fato todos me olham, e por aqui dentro, será que conseguirei?
Sim, conseguirei, e todos verão! Sim surpreenderei aquele que me desafiou,
Todas as forças juntarei, dedicado farei!
O dia chegou, por mais motivado que estivesse,
Ali, na frente fracassou.
O mundo acabou, sem nem ter visto começar,
Alguns riram, alguns nem olharam...
O toque do sinal foi o alvará,
Mas o herói se levantou,
Aproximando-se falou...
Palavras belas ao ar... Senti de perto, o poder do amar
Todos erram, todos acertam, mas, para ti, não parei de olhar,
Vi seu jeito de falar e imaginei quantos falando assim, você pode alcançar
A matemática não acertou, mas lá... Lá na frente falou,
Seus olhos brilharam e os meus lacrimejaram.
Na próxima aula, novamente falará,
Porém, agora, a matemática vai acertar.
Confio em ti e sei que podes alcançar
Melhores resultados da próxima vez que for apresentar.
O herói motivou, o herói despertou,
Viu o que ninguém tinha visto, me olhou como ninguém olhou,
Viu no fracasso diante da turma, a luz que faltava para a estrela brilhar.
E, com o coração saltitante, desta vez, mais dedicado a estudar,
Agora importante se sente e capaz, sabes que pode apresentar sem errar,
Pois, do erro cometido, da cabeça abaixada, logo se levantou
E com novo fôlego, ao tema se entregou
E como esperado pelo herói, a estrela brilhou,
Tão forte e intenso que não mais apagou,
Uma palavra, um gesto, um carinho com amor,
Muda a vida de um aluno,
Muda a vida de um professor.
Em um momento oportuno, em um segundo qualquer
Transforma a vida de homem,
Cria a vida em uma mulher.
Com a auto-estima elevada
E com muita motivação,
Ensinando e aprendendo
Na alegria e na dor,
Segue a vida do aluno
Segue a vida do professor.
sábado, 14 de maio de 2011
Pensa Man
E o jardim era tão lindo
Antes de passar o trator
E na árvore havia tantos ninhos
Antes de virar um elevador
É trocando as peças do cenário
Que o homem busca uma vida feliz
Pisoteando um laço centenário
Destruindo tudo por onde aponta o nariz
Cada qual visando o seu interesse
Sem pensar no impacto que irá produzir
Vão subindo toneladas de ferragens e cimentos
Esquecendo que um dia tudo isso vai cair
Daqui um tempo nem o sol se verá
A sombra vertical a de cobrir
E o grande organismo irá parar de funcionar
De quanto tempo precisam pra isso descobrir?
Jonatas Pierre
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Ammor
É o amor
Que impede que as pessoas sejam infelizes
Que expressa no mundo físico a essência do que é bom.
É o amor
Que alimenta na alma a esperança de vida
Que traduz para o exterior a dimensão ilimitada no interior escondida.
É o amor
Que preenche os vazios de despedida
Que soletra com os olhos o brilho puro
Que motiva o espírito a persistir.
É o amor
O combustível da máquina viva
O óleo das engrenagens e de todas as junções
A razão do irracional
A beleza gratuita que condiciona aos seres
Uma vida longa e pura.
Uma vida longa e pura.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Lábios
E os olhos estão fechados
Os lábios quase a se tocarem
Do silêncio ouvia-se somente a respiração
Bate acelerado no peito o coração
As testas se encostam
E um tímido sorriso se entrega
O corpo inteiro estremece
Uma ponta do nariz encontra a outra
A mão no cabelo quer roçar
O pensamento voa tão longe que é difícil encontrar
Abrem-se os olhos e cruzam-se os olhares
Um leve carinho no rosto que faz o clima aumentar
Uma respiração forte seguida de um leve gemido
Os olhos se fecham e param de imaginar
Os lábios agora seguem seus caminhos
E por um bom tempo não vão querer voltar.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Cedo
E o vento estava frio
A manhã nublada
Ruas caladas e vazias
Folhas voando soltas e sozinhas.
Os pássaros não saíram do ninho
Onde estavam as pessoas?
Portas e portões fechados
Silêncio ensurdecedor
E só as folhas velhas se moviam.
Os barulhos dos passos reproduziam ao eco
A esperança de um alguém
Ou ao menos um ninguém.
Gritar não adiantou
Correr nada alcançou
Chorar em nada aliviou
A angústia, o desespero e a dor
De fato, verdadeiramente só passou
Quando bem cedo tocou o despertador.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Dama
Era ela
O horário não sei
Mas o lugar é o mesmo.
Podia sentir de longe o seu
cheiro
Um doce perfume conduzido
pelo vento
Quem podia sentir?
Todos aqueles que passassem
por ali.
Só se sente o cheiro dela a
noite
A rua inteira aplaudia
E pra completar o encanto
dessa harmonia
As luzes dos postes pouco
iluminam
Tornando todo o clima
preparado
Para aquele momento tão
esperado.
Só que não dura muito e bem
de mansinho ela se retira de cena
E todos esperam com tamanha
ansiedade
Que retorne brevemente sua
época
E nas narinas coletivas
possa reinar novamente
O doce cheiro da amada dama
da noite.
Jonatas Pierre
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