domingo, 27 de março de 2011

Poema ao Tempo

Queria poder cantar as longas e belas linhas de um poema já esquecido junto ao tempo, levado ao vento em mais um mês de lamento. Queria poder contar a minha história que em nada se difere de muitas que voam escondidas rumo ao abismo sem um dia ter brilhado servindo como incentivo.

Das linhas não traçadas e das letras tortas manchadas em folha com tinta fresca de caneta, forma-se um mundo imaginário, uma fuga do mundo real que a cada novo ponto final se misturam e se completam, confundindo os sábios e esclarecendo aos loucos a fortuna perdida de uma vida inteira escondida.

Não importa a matéria prima, não importa a matéria tia, de onde vem só se conhece ao ouvir ou ao ler, a distância não existe e o tempo se cria e recria a cada segundo. A significância de cada sentido abstrato é apenas encontrada se estiveres fazendo parte do movimento do balanço, onde o combustível necessário é produzido a cada novo impulso coletivo ou individual.

Não precisa ter um começo, não precisa ter um final, apenas não se pode ter um esquecimento total, um fingimento que nada foi real, um pensamento racional extremo que leva esse pequeno alento a se tornar uma bolha de sabão ao vento, até que um dia seja encontrado e desperte o desejo de ser cantado por um louco apaixonado.


Jonatas Pierre, 27 de Março de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário