Peço
licença do mundo por um instante, preciso flutuar um pouco.
Olhar
de bem além dos mares, de bem aquém do meu ponto de fuga.
Sem
barulho e sem entulho.
Só,
espectador de um grandioso espetáculo chamado universo ou seria apenas um
artista em seu monólogo com o universo inteiro como espectador?
Sem
ventos e sem tormentos.
Sentir
cada célula do corpo executando sua grandiosa e preciosa tarefa ou apenas ouvir
atenciosamente a cada batida do coração?
Sem
nome e sem tempo.
Não
ter que se preocupar em identificar-se com números prefixados ou apenas ignorar
a criação do amanhã imaginário anotado nas folhas do calendário de uma agenda?
Sem
roupa e sem máscara.
Não
se importar em combinar peças aleatórias para ficar apresentado ou apenas não
necessitar multiplicar o seu ‘eu’ para adaptar-se aos diversos gostos?
Para
cada pergunta existem diversas repostas e diversas outras perguntas nascem e
morrem. É o grande ‘ciclo linear’, tudo acontece de novo, o novamente ocorrido
não é exatamente igual em todos os contextos e concepções, mas que já aconteceu,
isso eu sei.
Quero
ler o meu livro da vida, mas só até a página do ontem, na de hoje eu ainda
posso rabiscar tudo.
Então
corra enquanto consegue correr.
Dance
enquanto consegue dançar e enquanto a música não parar de tocar.
Assovie
suas canções preferidas.
Bata
palmas.
Pule.
Chore.
Sorria.
Viva.
Jonatas
Pierre